terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Carnaval

CARNAVAL
Carnaval: Tempo de folia que precede a quarta-feira de Cinza; folguedo; orgia; mascarada; entrudo.
Folguedo: Acto de folgar; brincadeira; pândega; folia.
Orgia: Festim licencioso; deboche; bacanal; desordem; tumulto; sedição; anarquia.
Mascarada: Grupo de pessoas com máscaras; festa em que entram pessoas com máscaras.
Entrudo: O mesmo que Carnaval.

Quando alguém diz: “… o nosso Carnaval é o mais brasileiro de Portugal…”. Porquê o mais brasileiro? … Não faz sentido. Estamos em Portugal e nós podemos ter, como sempre tivemos, o nosso carnaval, aquele que é típico português, o genuíno, aquele em que os homens se vestem de mulheres e as mulheres se vestem de homens, fazendo crítica social e política que era nosso apanágio. As “partidas” que eram feitas aos nossos vizinhos, amigos ou familiares. Tradições que se perdem num mundo global em que todos nós estamos envolvidos e não fazemos nada para alterar.
Não temos as temperaturas do Brasil, logo, não temos que andar “nus” como lá. Não temos o “calor”, nem a alegria do povo brasileiro. Não temos o samba no corpo. Não temos… não temos tanta coisa que eles têm, mas temos outras que eles não conseguem ter.
Então porquê copiar algo que é impossível copiar! Será que somos “Burros”?
Quando chove e faz frio, tal como aconteceu ontem 3 de Fevereiro, e os “corsos carnavalescos” tiveram de ser adiados em algumas cidades, não posso deixar de rir por dentro comentando para mim “bem feito, somos realmente muito “estúpidos”, não percebem que não temos o clima apropriado para isto”.
Num desfile, como ontem assisti em Caldas da Rainha, não deixei de reparar no “frete” que a maioria das pessoas andava a fazer naquele “passeio” pela avenida, enquanto uns quantos curiosos, enfadonhamente, estavam a vê-los passar (em vez de andarem a dar a voltinha dos tristes ou a passear nos hipermercados). Música brasileira em altos “berros” a acompanhar algo que não tinha nada de brasileiro, é simplesmente ridículo. Uma Banda Filarmónica a tocar não podendo ser ouvida devido à música “brasileira” amplificada que saia das colunas, é caricato.
Será que não conseguimos dar seguimento àquilo que é nosso e temos de importar aquilo que é de outros e não nos diz nada? Será que não conseguimos transmitir aos nossos filhos e netos aquilo que os nossos pais e avós conseguiram? As nossas festas, os nossos arraiais, as nossas comidas e bebidas, enfim as nossas tradições! Será que vamos deixar perder tudo e não vamos ser capazes de transmitir nada aos nossos descendentes? Que geração é esta? Que geração somos nós? Que gerações se seguirão? Serão gerações “Globais”? Queremos ser gerações “globais”? Então temos de fazer alguma coisa…

1 comentário:

Raí Raposa disse...

CONCORDO. CONCORDO. CONCORDO (no entanto abro uma excepção: deixemos as gajas andarem nuas, mesmo com frio. Pronto já disse)
Realmente tens razão, nós temos o nosso carnaval que também é muito engraçado e divertido. Creio até que foi um português que o implantou lá no Brasil. A mania que alguns (muitos) portugueses têm de importar coisas que até já cá temos e, muitas vezes, até melhores. Esta mania de desvalorizarmos o que temos continua e não há meio de repararmos que os outros também têm coisas más e nós temos muitas boas...