quinta-feira, 1 de maio de 2014

Dia Mundial do Trabalhador...


quinta-feira, 24 de abril de 2014

Cinco anos depois voltei!
Volto para lembrar Abril, tal como no último dia.
Volto, para que, 40 anos depois, Abril volte a ser Abril.
Volto, para deixar estes versos de Manuel Alegre, falarem de Abril, antes e depois!
Volto, volto, volto!…

“Trova do vento que passa

De: Manuel Alegre

Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das águas
e os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoas
ai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio – é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi meu poema na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(Portugal à flor das águas)
vi minha trova florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Versão integral do poema escrito em 1963 e incluído no livro Praça da Canção (1965). A versão musicada por António Portugal e cantada por Adriano Correia de Oliveira é um excerto, com a primeira e as duas últimas quadras.


sábado, 25 de abril de 2009

25 de Abril de 1974 / 2009




Faz sempre bem lembrar aos mais novos, os dias difíceis por que passaram os seus pais e avós.



Memórias de um tempo de faltas!
Falta de trabalho justo…
Falta de dinheiro…
Falta de comida…
Falta de cultura…
Falta de oportunidades…
Falta de vias públicas…
Falta de literatura…
Falta de energia…
Falta de água…
Falta de casa…
Falta de higiene…
Falta de alegria de viver…
Falta de conhecimento…

Falta de LIBERDADE!
Liberdade de respirar…
Liberdade de sentir…
Liberdade de opinião…
Liberdade de ver…
Liberdade de viajar…
Liberdade de ouvir…
Liberdade de religião…
Liberdade de escrever…
Liberdade de casar…
Liberdade de reunir...
Liberdade de expressão…
Liberdade de poder VIVER!...

Recomendo para este dia o "link" seguinte:

http://www.youtube.com/watch?v=gdpI6KoiY-g

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Da Janela do Sótão II

Avista-se a serra decepada pela “A8” no seu comprimento. Que pena a serra estar decepada! Antes verde, agora cinzenta de cimento e alcatrão. Por vezes os carros subiam serra a cima, pela estrada estreita e sinuosa, a contornar a serra, em direcção à Usseira, actualmente vão em grande velocidade, de norte para sul e de sul para norte percorrendo a serra em poucos instantes.
Meia serra, até ao sopé era cultivada. Esta era a altura em que a azafama era maior. Gentes de enxada na mão sulcavam a terra, enterrando aí algum do produto da colheita anterior. Árvores de fruto cheias de flor abundavam por lá. Flores das ginjeiras, ameixieiras, pessegueiros e de tantas outras enriqueciam a encosta de um jardim natural.
Cá em baixo, junto à casa da eira semeia-se a fava e o feijão, planta-se a couve e a alface e a batata também não é esquecida.
Havia alturas em que o mato na serra ardia, do meio para cima. Serviço sempre bem cumprido pelos Bombeiros Voluntários de Óbidos, que acabavam com o fogo.
A sul da serra uma ex-pedreira, da qual saíam toneladas de pedra para as diferentes obras. Por vezes explosões na pedreira cortavam o silêncio das pessoas na aldeia. Hoje em dia o silêncio na aldeia já não existe, os carros cortam-no a todo o instante.
O que se mantém ainda é o aparecimento do Sol, por vezes envergonhado, talvez pelo que andam a fazer à serra.

domingo, 19 de abril de 2009

Dia Mundial da Voz

No dia 16 de Abril, comemorou-se o Dia Mundial da Voz. Este dia é comemorado desde 2003 por proposta do Professor Doutor de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina de Lisboa Mário Andrea, na primeira reunião da Sociedade Europeia de Laringologia (European Society of Laringology), à qual presidiu. Visa promover a saúde do aparelho vocal e prevenir as doenças da laringe.
A RTP associou-se a este evento e transmitiu para todo o mundo uma gala de fado que a todos nós portugueses nos deve encher de orgulho, com a presença de algumas das melhores vozes do fado da actualidade como por exemplo o Camané, Katia Guerreiro, Ana Moura, Gonçalo Salgueiro, entre outros. Obrigado RTP por mais este programa de serviço publico tantas vezes discutido e por tão poucos apreciado. O fado é um bem, que a todos nós deve encher de orgulho, dá-nos prestígio através dos nossos fadistas, que levam a nossa “VOZ” a todos os cantos mundo. É algo de especial, inigualável, muito difícil de imitar. Muitos, por esse mundo fora, o têm tentado cantar, mas só os nossos o apresentam com sentimento, autenticidade e com o orgulho de ser Português. Experimentem este grande exemplo:

domingo, 5 de abril de 2009

Dia Nacional dos Moinhos...


Ao folhear a revista “Visão”, fiquei agradavelmente surpreendido com o que li sobre os moinhos (Visão Sete) e relacionado com o Dia Nacional dos Moinhos que se comemora a 7 de Abril. Afinal no meu País ainda há pessoas interessadas na defesa do nosso património.
A Rede Portuguesa de Moinhos (RPM)
http://www.moinhosdeportugal.org/web/ iniciada em Boticas a 8 de Abril de 2006, contando desde a primeira hora com o apoio da Câmara Municipal de Boticas e mais tarde com os Municípios do Montijo, Cascais e Viana do Castelo, está minimamente atenta ao vasto património de moinhos existente no nosso País. A iniciativa de “Moinhos Abertos” é talvez, o coroar do esforço feito pela RPM, na defesa do restauro e conservação deste pecúlio, em que o nosso País é rico e que nem todos nós estamos empenhados em apoiar, onde incluo a maior parte dos nossos Municípios, que parecem ter uma vontade enorme em desfazer o que os nossos antepassados edificaram. Sei que é difícil aos municípios, por vezes, deitar mão a todo património existente, mas se deslocassem algum do dinheiro direccionado em acções menos importantes, ficaríamos mais ricos em termos patrimoniais e todos nós agradeceríamos.
Parabéns à Rede Portuguesa de Moinhos e a todos aqueles que defendem o nosso Património.
Junto duas fotografias de dois moinhos pouco cuidados e que mereciam um auxilio de quem de direito.

A imagem que ilustra o artigo foi retirada de
http://www.arteaovento.com.pt/ .
Recomendo ainda o fado de Alfredo Marceneiro “Moinhos Desmantelados” em:

domingo, 22 de março de 2009

A Primavera...


É com toda a certeza a estação do ano mais bonita, a Primavera.

O tom castanho da terra nua, dá lugar ao verde das ervas, pintadas aqui e ali de flores brancas e amarelas dos malmequeres.

As ameixieiras ficam brancas de flor, depois o rosa forte dos pessegueiros e de seguida uma mistura infinita de cores vivas, com fundo verde de folhas a envolver as abelhas que viajam de flor em flor, polinizando-as e ao mesmo tempo, recolhem o delicioso mel.
A foto que deixo é de uma ginjeira junto ao meu quintal, que representa todas as flores a serem polinizadas pelas abelhas e que mais tarde se vão tornar em fruto!...